Na última segunda-feira (14), tive uma oportunidade bem bacana de conferir em primeira mão essa nova adaptação de um conto de George R.R. Martin, à convite do Espaço Z (valeu!). A obra do autor mistura fantasia, magia e um contexto pós-apocalíptico. Mas será que o filme entrega tudo isso também? Bom... vamos por partes.
Com direção e roteiro assinados por Paul W.S. Anderson (conhecido por filmes como Resident Evil, Mortal Kombat e Alien vs. Predador), Nas Terras Perdidas tem colaboração de Constantin Werner no roteiro e conta com um elenco liderado por Milla Jovovich, Dave Bautista e Arly Jover.
O enredo: magia, poder e uma missão sombria
O longa acompanha a poderosa e temida feiticeira Gray Alys (Milla Jovovich), que recebe uma missão direta da rainha: viajar até as misteriosas Terras Perdidas numa missão perigosa, em busca de um poder mágico que permite que uma pessoa se transforme em lobisomem. Para isso, conta com a ajuda de um caçador misterioso chamado Boyce (interpretado por Dave Bautista), um sujeito reservado, mas que aos poucos se revela um aliado valente e fundamental. Juntos, Gray e Boyce atravessam um cenário desolado e repleto de forças sobrenaturais, enfrentando criaturas épicas, desafios perigosos e dilemas sobre poder, sacrifício e sobrevivência.
CONFIRA O TRAILER:
Uma ambientação que já vimos antes
O filme se passa em uma sociedade que entrou em colapso após uma grande guerra. Um mundo pós-apocalíptico, desolado e hostil, onde a disputa por poder impera. A ambientação até cumpre seu papel, mas não traz nada de inovador: filtro amarelado, muita poeira e fumaça... tudo já bastante conhecido de outras produções do gênero. Aliás, havia algo curioso (e um tanto incômodo) com a iluminação: praticamente tudo refletia luz – espadas, armaduras, cenários... o que prejudicava a imersão, tornando tudo meio caricato, e causava certa estranheza.
Atuações, figurino e efeitos visuais
Milla Jovovich entrega uma atuação coerente, como de costume. Sua personagem é enigmática, imponente, e mantém um tom sóbrio do início ao fim. Já Dave Bautista cumpre bem o papel de coadjuvante sério e forte, mas não vai além do esperado. Nada que surpreenda, nem pela emoção nem pela complexidade.
O figurino também deixou a desejar. Um exemplo gritante é o traje da rainha, que teve uma péssima escolha de tecidos fazendo-a parecer uma aluna de ensino médio fantasiada para uma peça da escola (como professora posso dizer isso com certa propriedade hahaha).
Os efeitos visuais são fracos, especialmente quando se compara com algo à altura dos padrões de Game of Thrones. As criaturas até têm um design interessante, mas faltou capricho e polimento na finalização, o que pode frustrar fãs das produções de outras obras do George R.R. Martin.
Trilha sonora, cenas de ação e considerações finais
Se por um lado o enredo é previsível (e realmente é), por outro, algumas cenas de ação conseguiram trazer uma dose de ânimo ao filme. As lutas são bem coreografadas, e a trilha sonora encaixa de maneira eficiente, acompanhando o clima sombrio e místico da narrativa.
Ainda assim, o filme tropeça em sua própria ambição. A proposta é boa, a história tem potencial, mas a execução não entrega nada de realmente novo. O tom lembra em alguns momentos a estética dos filmes recentes de Mad Max, mas sem o mesmo vigor visual ou intensidade narrativa.
Vale a pena assistir?
Se você for assistir, vá com expectativas baixas – quem sabe assim alguma surpresa apareça. Nas Terras Perdidas é um bom passatempo para uma sessão da tarde com amigos ou para os fãs de fantasia que não se importam com uma trama mais batida. Mas não espere sair da sala com grandes reflexões ou emoções profundas.
É, no fim das contas, mais um entre tantos filmes de aventura sombria que povoam o streaming e os cinemas: visualmente familiar, narrativamente seguro e tecnicamente apenas razoável.
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