Sempre tive um fascínio enorme por cultos. Não por me sentir atraída por eles, mas por ter curiosidade sobre como eles funcionam e, sobretudo, como eles conseguem cativar tanta gente. Por isso, quando descobri a existência deste livro ele foi direto para a minha lista de leitura.
SINOPSE
What makes "cults" so intriguing and frightening? What makes them powerful? The reason why so many of us binge Manson documentaries by the dozen and fall down rabbit holes researching suburban moms gone QAnon is because we're looking for a satisfying explanation for what causes people to join--and more importantly, stay in--extreme groups. We secretly want to know: could it happen to me? Amanda Montell's argument is that, on some level, it already has . . .
Our culture tends to provide pretty flimsy answers to questions of cult influence, mostly having to do with vague talk of "brainwashing." But the true answer has nothing to do with freaky mind-control wizardry or Kool-Aid. In Cultish, Montell argues that the key to manufacturing intense ideology, community, and us/them attitudes all comes down to language. In both positive ways and shadowy ones, cultish language is something we hear--and are influenced by--every single day.
Through juicy storytelling and cutting original research, Montell exposes the verbal elements that make a wide spectrum of communities "cultish," revealing how they affect followers of groups as notorious as Heaven's Gate, but also how they pervade our modern start-ups, Peloton leaderboards, and Instagram feeds. Incisive and darkly funny, this enrapturing take on the curious social science of power and belief will make you hear the fanatical language of "cultish" everywhere.
Dividido em 6 partes, o livro trata de diversos aspectos que envolvem os cultos. O principal deles é a linguagem, que logo de cara a autora demonstra ser uma ferramenta utilizada não só pelos cultos mas também por setores e empresas que se utilizam de estratégias semelhantes para cativar clientes e seguidores.
The goal is to make your people feel like they have all the answers, while the rest of the world is not just foolish, but inferior." p. 79
O objetivo é fazer as pessoas sentirem que tem todas as respostas, enquanto o resto do mundo não é apenas tolo, mas inferior. (tradução minha)
É o caso do crossfit original e de academias como a SoulCycle nos EUA, de empresas de marketing multinível como a Mary Kay, assim como diversas outras áreas que usam da linguagem "estilo culto" para se promoverem e alcançarem novas pessoas. Todos esses casos são citados no livro.
A autora também fala sobre os cultos "clássicos", como são os casos de Jonestown, dos Manson e do Synanon, culto que os seus pais chegaram a fazer parte. Esse fato foi um dos que fez a autora buscar entender mais sobre o tema. Ela também escreve sobre cultos mais "modernos", como é o caso da Cientologia, que reúne diversos participantes famosos do mundo pop.
LEIA TAMBÉM: A menina da montanha (Tara Westover)
Eu aprendi bastante com esse livro, que me trouxe várias informações novas e me fez refletir sobre muita coisa. Entretanto, há pontos em que a autora se repete muito, principalmente buscando reforçar que num culto, a linguagem é tudo. Chega um ponto em que você fica "Beleza, já entendi. Next!". Mas nada que tive a riqueza das informações trazidas aqui, principalmente quando se considera as entrevistas que ela trouxe com pessoas que já aderiram aos mais diversos cultos, ou "quase cultos". O livro foi traduzido para o português e publicado no Brasil pela editora Darkside (confira aqui). Recomendo demais essa leitura para quem quer saber mais sobre o assunto!
ISBN: 978-0-06-299315-1
Editora: Harper Wave
Páginas: 309
Nota: 4/5⭐
0 Comentários
Postar um comentário