John Green foi um autor que esteve presente em boa parte da minha adolescência, com seus livros que me evocaram muitas emoções naquela fase tão turbulenta. Vários foram resenhados aqui no blog, mas um que estava na minha estante há anos e eu nunca havia lido era Will & Will, que ele escreveu com o David Levithan. Há algumas semanas eu estava numa ressaca literária daquelas e achei que era um bom momento pra ler uma obra adolescente, e deu super certo!
SINOPSE
Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome e a dor do coração partido. Um Will é amigo do mais expansivo gay de sua escola. O outro precisa explicar à própria mãe sua orientação sexual. Até que Tiny, o melhor amigo gay do primeiro Will, acaba se tornando o possível amor do outro Will. Apesar das origens completamente diferentes, esses inesperados encontros fazem com que os meninos de mesmo nome estejam prestes a embarcar juntos em uma aventura de épicas proporções. Amor adolescente, intriga, raiva, sofrimento e amizade. Tudo isso temperado com doses maciças de comédia.
No que diz respeito à vida, prefiro o silenciosamente desesperado ao radicalmente bipolar." p. 50
Mas o livro não é só sobre Will e Will. Ele é repleto de outros ótimos personagens, que até me cativaram mais que os protagonistas. Tiny, amigo do primeiro Will, me fez amá-lo e odiá-lo ao mesmo tempo. Jane, também do círculo de amizade do primeiro Will e possível interesse romântico dele, é interessante, quase peculiar, e proporciona ótimos momentos da história. Já do lado do segundo Will, temos as suas desventuras em série e relação conturbada com a mãe, e também com sua amiga Maura.
LEIA TAMBÉM: Deixe a neve cair (John Green)
Tinha esquecido o quanto é divertido ler um romance adolescente. Os anseios, as inseguranças, as expectativas tão diferentes daquelas que compõem a vida adulta. Enquanto lia e postava nos stories sobre o livro, vários dos meus alunos do ensino médio me contaram que leram e se identificaram com a história. Acho que esse é o poder desses dois autores, que cativaram tantos adolescentes ao longo dos anos.
Quando as coisas se quebram, não é o ato de quebrar em si que impede que elas se refaçam, é porque um pedacinho se perde - as duas bordas que restam não se encaixam, mesmo que queiram. A forma inteira mudou." p. 201
Onde achei que o livro se perdeu um pouco foi perto do final. Acabou que foi meio acelerado, desconexo, deixando a desejar em alguns pontos. Acho que alguns elementos poderiam ter sido cortados para poder explicar outros com mais calma. Mas no geral, foi uma boa experiência. No meu caso, gostei mais do Will "original" do que do segundo Will, mas vi várias opiniões diferentes neste sentido! Caso tenha lido este livro, me conta nos comentários de qual Will você gostou mais.
Se você não diz a coisa mais sincera, às vezes, essa coisa nunca se torna realidade." p. 288
Pesquisando sobre o livro, descobri que ele foi o primeiro com personagens gays a figurar a lista do New York Times. E ele é de 2010! Dá pra acreditar? Ainda estamos caminhando a passos lentos nesse sentido, mas tem sido ótimo ver mais livros com romances gays e sáficos ganhando espaço nas listas de mais lidos. Recomendo Will & Will a todos que estão buscando uma leitura leve, que vai te trazer boas risadas e também um quentinho no coração que só romances adolescentes sabem proporcionar.
ISBN: 978-85-01-09388-2
Editora: Galera Record
Páginas: 348
Nota: 3/5⭐
0 Comentários
Postar um comentário