Resenha: A Polícia da Memória (Yoko Ogawa)

Não tenho vergonha de admitir que esse livro me ganhou pela capa. E ela é lindíssima, não é mesmo? Sempre que via ela nos bookstagram da gringa eu ficava curiosa, e fui lá buscar a sinopse e descobri que se tratava de uma distopia. Pronto, deu match, comprei na hora! Agora vou expor minhas opiniões para além da capa. Bora lá? 

the memory police

SINOPSE

On an unnamed island, objects are disappearing: first hats, then ribbons, birds, roses. . . . Most of the inhabitants are oblivious to these changes, while those few able to recall the lost objects live in fear of the draconian Memory Police, who are committed to ensuring that what has disappeared remains forgotten. When a young writer discovers that her editor is in danger, she concocts a plan to hide him beneath her f loorboards, and together they cling to her writing as the last way of preserving the past. Powerful and provocative, The Memory Police is a stunning novel about the trauma of loss.

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MINHAS CONSIDERAÇÕES

O livro traz como protagonista uma jovem escritora, e é narrado por ela. Os primeiros capítulos apresentam uma sociedade marcada por algo incomum: o desaparecimento das coisas. Sapatos, pássaros, rosas... Tudo pode desaparecer a qualquer momento. E os responsáveis por isso e também por manter a "inexistência" destes objetos é a Polícia da Memória. 

Porém, um pequeno grupo de pessoas é imune ao esquecimento, e continua a lembrar dos objetos desaparecidos, enquanto o restante da população os elimina de suas memórias assim que o desaparecimento é decretado. É o caso do editor da protagonista, e sua missão se torna protegê-lo. 

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the memory police

De cara eu gostei muito da premissa do livro, e vi vários comentários de que ele poderia até mesmo ser lido como uma continuação de 1984! Porém não acredito que ele cumpre este papel. Não há tantas abordagens do estado totalitário aqui: a repressão existe e é visível e há boas reflexões sobre censura, porém muita coisa fica inexplicada e você se pega várias vezes perguntando "mas como?". 

Vejam bem, eu até aceito que um livro não traga respostas para todas as perguntas e deixe alguns pontos em aberto mesmo. Porém este, apesar de ter me agradado com sua narrativa, que traz também trechos do livro que está sendo escrito pela protagonista, me fez sentir que a autora começou a perder a mão da metade para o final, deixando algumas coisas num limbo um tanto bagunçado.

Independente destes aspectos, eu recomendo a leitura para quem curte ler distopias e tramas intrigantes. A boa notícia é que o livro já chegou ao Brasil através da editora Estação Liberdade, e agora pode ser lido em português! <3

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ISBN: 978-1-101-91181-5

Editora: Vintage Books

Nota: 3/5 ⭐

2 Comentários

  1. Muito interessante essa perspectiva levada adiante por Yoko Ogawa, Malu, mesmo porque o assunto do qual trata o livro, desde polícias da memória, assim como o sumiço de objetos, questionamento de fatos, alterações de acontecimentos, sumiço de testemunhas é algo recorrente hoje, assim como aconteceu em épocas passadas, assim como virá a acontecer sempre que determinados grupos que se pretendem hegemônicos assumam o poder. Isso, em política. Porém, o que dizer das meias fujonas, das chaves que desaparecem inesperadamente e tantos outros objetos que insistem em visitar outras dimensões?

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  2. Gostei bastante da temática e de sua resenha. Agora em português será mais fácil. Valeu!

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