Lidos em Abril // Wrap up

O último mês rendeu poucos posts aqui no blog, principalmente por um motivo: o covid chegou aqui em casa. Foram semanas difíceis, mas no final eu e minha família nos recuperamos e até consegui ler um pouco na segunda quinzena, quando as dores de cabeça deram uma trégua. Hoje irei compartilhar com vocês essas leituras, e agora com um novo parâmetro: ao fim de cada wrap up, vou divulgar também o número de páginas lidas. É que em abril eu li a mesma quantidade de livros de março, porém bem menos páginas, já que 2/4 foram livros curtos. Confira abaixo!

lidos em abril

The girl who smiled beads por Clemantine Wamariya

Sinopse: Clemantine Wamariya was six years old when her mother and father began to speak in whispers, when neighbors began to disappear, and when she heard the loud, ugly sounds her brother said were thunder. In 1994, she and her fifteen-year-old sister, Claire, fled the Rwandan massacre and spent the next six years migrating through seven African countries, searching for safety—perpetually hungry, imprisoned and abused, enduring and escaping refugee camps, finding unexpected kindness, witnessing inhuman cruelty. They did not know whether their parents were dead or alive.When Clemantine was twelve, she and her sister were granted refugee status in the United States; there, in Chicago, their lives diverged. Though their bond remained unbreakable, Claire, who had for so long protected and provided for Clemantine, was a single mother struggling to make ends meet, while Clemantine was taken in by a family who raised her as their own. She seemed to live the American dream: attending private school, taking up cheerleading, and, ultimately, graduating from Yale. Yet the years of being treated as less than human, of going hungry and seeing death, could not be erased. She felt at the same time six years old and one hundred years old.
In The Girl Who Smiled Beads, Clemantine provokes us to look beyond the label of “victim” and recognize the power of the imagination to transcend even the most profound injuries and aftershocks. Devastating yet beautiful, and bracingly original, it is a powerful testament to her commitment to constructing a life on her own terms.


O que achei:  4/5 ⭐ Venho tentando retomar o hábito de ler livros em inglês, e ainda em março comecei este livro. Foi a minha primeira autobiografia do ano, e a leitura foi intensa e pesada em muitos aspectos da vida da Clemantine. Porém, senti que alguns capítulos foram bem arrastados, principalmente da metade pro final, e acho que ela estendeu demais alguns pontos que eu entendo que podem ser importantes para ela, mas que para o leitor acabam sendo um pouquinho maçantes. Apesar desta crítica, recomendo demais este livro e quero muito que alguma editora brasileira publique ele logo por aqui. 

1984 por George Orwell

Sinopse: Em uma sociedade em constante estado de guerra contra outros países e contra os inimigos do sistema, cada cidadão deve viver sob a permanente vigilância das teletelas. Qualquer sinal de comportamento ou pensamento desviante da ideologia do Grande Irmão é severamente punido pela Polícia do Pensar.
Funcionário do Ministério da Verdade responsável por reescrever notícias e registros históricos, Winston Smith atua alterando o passado e, assim, o presente. Treinado para obedecer e calar, ele começa, no entanto, a questionar essa realidade. Seus atos de rebeldia contra o sistema, como ousar manter um caderno subversivo, parecem mínimos, até que ele se depara com a oportunidade de fazer algo maior e colocar sua vida em risco por uma sonhada mudança.


O que achei:  5/5 ⭐ Já estava na hora de eu fazer essa releitura! Quem me acompanha aqui no blog já deve saber que sou fã de distopias, e 1984 foi a primeira clássica que li, há uns 10 anos atrás. Reli na nova edição belíssima da Antofágica e em breve vai sair resenha desta obra impecável aqui no blog 💙

livros lidos em abril


Sinopse: Escrito às vésperas do colapso da Bolsa de Valores de Nova York (1929) e publicado em Viena no ano seguinte, O mal-estar na civilização é uma penetrante investigação sobre as origens da infelicidade, sobre o conflito entre indivíduo e sociedade e suas diferentes configurações na vida civilizada. Este clássico da antropologia e da sociologia também constitui, nas palavras do historiador Peter Gay, “uma teoria psicanalítica da política”. Na tradução de Paulo César de Souza, que preserva a exatidão conceitual e toda a dimensão literária da prosa do criador da psicanálise, o livro proporciona um verdadeiro mergulho na teoria freudiana da cultura, segundo a qual civilização e sexualidade coexistem de modo sempre conflituoso. A partir dos fundamentos biológicos da libido e da agressividade, Freud demonstra que a repressão e a sublimação dos instintos sexuais, bem como sua canalização para o mundo do trabalho, constituem as principais causas das doenças psíquicas de nossa época.


O que achei:  4/5 ⭐ Olha elaaaa lendo Freud pela primeira vez! Este livro foi recomendado como uma boa opção para começar a ler o autor pela psicanalista Fabiane Secches numa live que assisti, e por ser baratinho eu comprei na mesma hora. Apesar de curto, demorei um bom tempo para ler e interpretar essa obra o autor, que contém ótimas críticas e me encheu de referências para minhas pesquisas acadêmicas. 

A moça do internato, Nadiêjda Khvoschínskaia

Sinopse: Quais eram as perspectivas da mulher na Rússia, na segunda metade do século XIX? Como era retratada a mulher na literatura russa naquela época? E, sobretudo, como era essa representação, elaborada por uma escritora? Em sua novela "A moça do internato" (1861), Nadiêjda Khvoschínskaia traça uma imagem histórico-sócio-cultural da Rússia de então, que passava por mudanças significativas, recriando em sua narrativa a tensão entre o espaço delimitado pela sociedade patriarcal e suas convenções para a mulher - a educação (formal ou doméstica) para se submeter, a casa ou o campo, o casamento - e a promissora transformação da personagem feminina, tanto a ficcional e sua parte na História, rumo à insurgência em busca da emancipação. Em um contexto em que a imposta (pre)dominância masculina na sociedade e na literatura cerceava mulheres de se sobressaírem, e, mesmo entre os "progressistas", criavam-se verdadeiros tratados sobre a mulher sem lhe dar espaço real, enquanto ela pensava, escrevia, criava, lutava, silenciada, Khvoschínskaia antecipa a crítica social em relação à subjugação das mulheres e expõe a possibilidade da mulher que transpõe a ordem vigente e desafia a sociedade patriarcal, construindo, antes de autores russos consagrados, uma personagem que, acima de tudo, traz o potencial de transformação dentro de si. A metamorfose de Liôlienka (protagonista, e, sobretudo, criação artístico-literária de uma mulher), que, no processo de conscientização de sua força transgressora para conquistar a liberdade por si só, mostra sua voz própria, rompendo inclusive com seu vacilante mentor-instrumento, Veretítsin - constitui uma metáfora da luta das mulheres por uma verdadeira emancipação, na prática, ao longos dos séculos.


O que achei:  4,5/5 ⭐ Adorei ler esta obra de uma autora russa, e venho me encantando cada vez mais pela literatura do país. Enviado pelo Pacote de Textos e publicado pela editora Zouk, este livro me surpreendeu positivamente, com uma narrativa simples mas repleta de boas reflexões. Em breve sai resenha dele lá no blog do Pacote

Livros lidos no mês: 4 
Total de páginas lidas: 968
Média das notas: 4,3/5⭐

É isso pessoal! Não esquece de compartilhar nos comentários quais foram as suas últimas leituras, vou adorar saber 💗

1 Comentários

  1. Infelizmente minhas leituras tão bem atrasadas... Rotina meio corrida, mas ainda quero muito voltar a ler Sapiens e finalmente ler O Senhor dos Aneis: A sociedade do anel

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