Resenha: O impulso (Ashley Audrain)

Quando a Editora Paralela anunciou este lançamento, fiquei super animada por saber que seria uma mistura de thriller psicológico com drama familiar. Amo os dois gêneros, e a premissa deste livro me intrigou de cara. Tratar de maternidade num contexto imperfeito tem sido uma tendência, uma vez que cada vez mais a sociedade demanda a desmistificação dessas visões idealizadas do que é ser mãe. Mas a trama desse livro vai muito além disso.

capa o impulso

SINOPSE


Blythe Connor está decidida a ser a mãe perfeita, calorosa e acolhedora que nunca teve. Porém, no começo exaustivo da maternidade, ela descobre que sua filha Violet não se comporta como a maioria das crianças. Ou ela estaria imaginando? Seu marido Fox está certo de que é tudo fruto do cansaço e que essa é apenas uma fase difícil.
Conforme seus medos são ignorados, Blythe começa a duvidar da própria sanidade. Mas quando nasce Sam, o segundo filho do casal, a experiência de Blythe é completamente diferente, e até Violet parece se dar bem com o irmãozinho. Bem no momento em que a vida parecia estar finalmente se ajustando, um grave acidente faz tudo sair dos trilhos, e Blythe é obrigada a confrontar a verdade.
Neste eletrizante romance de estreia, Ashley Audrain escreve com maestria sobre o que os laços de família escondem e os dilemas invisíveis da maternidade, nos convidando a refletir: até onde precisamos ir para questionar aquilo em que acreditamos?


Blythe Connor é uma jovem escritora, casada com um arquiteto promissor, e que está determinada a mudar a série de maus exemplos maternos presentes em sua família. Porém, quando Violet, sua primeira filha, chega ao mundo, Blythe percebe que esse será um desafio maior do que ela imaginava. Desde o início a maternidade é dura com ela, e após meses de sofrimento com um bebê difícil de lidar, ela começa a questionar se há algo de errado com a filha - e isso só aumenta na medida em que a menina vai crescendo e apresentando outros comportamentos estranhos. 
Narrado pela protagonista, o livro é um relato escrito por ela para o seu marido. Logo de início descobrimos que o casamento deles não deu certo, já que o livro começa com a Blythe stalkeando ele com a nova família. Nos capítulos seguintes vamos descobrindo mais do que levou a essa separação, que revela um relacionamento carregado de frustrações, abandono afetivo e até mesmo gaslighting por parte do Fox, o marido. 

Todos temos o direito de alimentar certas expectativas em relação aos outros e a nós mesmos. Com a maternidade não é diferente. Todos esperamos ter uma boa mãe, nos casar com uma boa mãe, ser uma boa mãe." 

As coisas começam a mudar quando o casal tem o seu segundo filho. A conexão de Blythe com Sam se mostra muito diferente da que ela construiu com Violet, mas isso tem um custo: ela passa a ser questionada e até questionar a si mesma sobre o seu papel como mãe. A história passa então a adquirir um tom bem mais trágico, que revela problemas profundos neste contexto familiar.

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lombada o impulso

A trama central é intercalada por capítulos contendo a história da avó e da mãe de Blythe, que revelam muito dos traumas que ela carrega como mulher e como mãe até o presente do livro. Foram mulheres marcadas por relações abusivas, maus-tratos e distúrbios mentais, que mesmo tendo ocorrido em contextos diferentes, demonstram um histórico difícil na vida desta família. 

Na medida que a trama vai evoluindo a tensão só aumenta, nos deixando curiosos sobre o que vai acontecer. Não posso garantir que o livro entrega todas as expectativas do leitor; para mim, faltou algo. Os momentos finais poderiam ter sido melhor construídos, e a conclusão decepciona. Mas aí é questão de gosto, cada um tem o seu.

O que me agradou neste livro, além da temática pertinente, foi a escrita da Ashley Audrain. Ela soube construir uma narrativa page-turner, daquelas que te fazem não querer parar de ler. É um bom livro para ler num final de semana, quando você tem tempo livre pra só parar quando realmente chegar ao fim. Fiquei feliz de saber que ele será adaptado para o cinema, e acho que essa produção promete.

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ISBN: 978-85-84391-98-1

Editora: Paralela

Nota: 4/5 ⭐ 

5 Comentários

  1. Eu estou com esse livro na lista de desejados haum tempinho. Eu amo essa combinação de thriller psicológico com drama tb. Que bom que a leitura funcionou pra vc. No meu caso, está é aumentando as expectativas... rs
    Bjks!

    Mundinho da Hanna

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  2. Não conhecia o livro mas confesso que fiquei bem curiosa!!! Dica anotada. No momento estou lendo Dança da Água.
    Abraços

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  3. Tenho ouvido falar desse livro desde que ele estava em pré lançamento e ao mesmo tempo que me despertou uma certa curiosidade, fiquei com um pezinho atrás. Isso porque adoro thrillers psicológicos, mas não curto histórias que giram em torno de dramas familiares e o tema maternidade diminui ainda mais meu interesse. Então sempre que vejo uma resenha sobre ele paro pra ler e tentar descobrir se quero ler ou não. Apesar de ainda não ter me decidido seu texto trouxe alguns pontos muito bons.

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  4. Eu fiquei tão curiosa para ler essa história e saber os motivos pelos quais a mãe se dá mais bem com um filho do que com a outra...
    Me pareceu ser super interessante, apesar de você citar que esperava um pouco mais do final. Acho que eu daria uma chance a esse livro! :)

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  5. Eu nunca tinha ouvido falar desse livro e fiquei MUITO CURIOSA PRA LER! A mistura da narrativa envolvente (mesmo que o final tenha te deixado a desejar) com a maneira como você a entregou, devagarzinho e ressaltando cada parte relevante sem revelar o que pode "estragar" a história foi perfeita e eu já queria abraçar a Blythe jogada no meio desse furacão, mesmo sem conhecê-la realmente. Obrigada por essa resenha!

    Ah, as fotos ficaram maravilhosas!

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