Duas resenhas seguidas aqui no blog? Temos! Junho está sendo um mês bem mais produtivo para mim, o que significa que tenho novos conteúdos e opiniões para dividir com vocês. Hoje quero falar sobre um livro muito especial por pertencer a um dos meus gêneros favoritos: distopias. E o melhor é que foi escrito por uma das minhas autoras favoritas também!
Oryx e Crake é o primeiro livro de uma trilogia distópica criada pela mesma autora do famoso O Conto da Aia, e segue a mesma vibe de ficção científica e questionamentos a respeito da humanidade. Mas dessa vez temos personagens bem diferentes e um protagonista masculino: o Homem das Neves, misterioso, solitário e cheio de histórias para contar. O livro é um bate e volta entre o passado e o presente desse cara, que vive uma realidade catastrófica resultante de vários acontecimentos.
SINOPSE: O Homem das Neves pode ser o último homem na terra, o sobrevivente solitário de um apocalipse sem nome. Quando ainda se chamava Jimmy, ele vivia com os pais nos Complexos, cidadelas fundadas por multinacionais onde a elite financeira do planeta dava seus primeiros e pouco inibidos passos na direção da engenharia genética, na tentativa de atender as constantes demandas dos conglomerados farmacêuticos.
Agora, o Homem das Neves vive em um amargo isolamento, sobrevivendo como um pária em seu próprio habitat. Quando não precisa sair em busca de comida em um deserto infestado de insetos, ou encarar a destruição da antiga plebelândia, a terra dos desprivilegiados, hoje povoada pelos animais criados nas experiências transgênicas do passado, seu único prazer está em assistir a filmes antigos em DVD que o fazem lembrar do mundo de outrora e em entreter os Filhos de Crake, crianças de uma nova espécie com estranhas habilidades que o tratam como um ídolo.
Como tudo veio abaixo tão depressa? Enquanto o Homem das Neves reconstitui suas lembranças na tentativa de descobrir as origens dessa catástrofe irreversível, sua mente é povoada pelas vozes de seus amigos da juventude, o enigmático Crake e a sedutora Oryx, personagens-chave por trás do Projeto Paradiso, o grande responsável pela modificação definitiva da Terra e a derrocada da espécie humana.
SINOPSE: O Homem das Neves pode ser o último homem na terra, o sobrevivente solitário de um apocalipse sem nome. Quando ainda se chamava Jimmy, ele vivia com os pais nos Complexos, cidadelas fundadas por multinacionais onde a elite financeira do planeta dava seus primeiros e pouco inibidos passos na direção da engenharia genética, na tentativa de atender as constantes demandas dos conglomerados farmacêuticos.
Agora, o Homem das Neves vive em um amargo isolamento, sobrevivendo como um pária em seu próprio habitat. Quando não precisa sair em busca de comida em um deserto infestado de insetos, ou encarar a destruição da antiga plebelândia, a terra dos desprivilegiados, hoje povoada pelos animais criados nas experiências transgênicas do passado, seu único prazer está em assistir a filmes antigos em DVD que o fazem lembrar do mundo de outrora e em entreter os Filhos de Crake, crianças de uma nova espécie com estranhas habilidades que o tratam como um ídolo.
Como tudo veio abaixo tão depressa? Enquanto o Homem das Neves reconstitui suas lembranças na tentativa de descobrir as origens dessa catástrofe irreversível, sua mente é povoada pelas vozes de seus amigos da juventude, o enigmático Crake e a sedutora Oryx, personagens-chave por trás do Projeto Paradiso, o grande responsável pela modificação definitiva da Terra e a derrocada da espécie humana.
O livro traz uma forte reflexão a respeito dos limites da ciência, principalmente quando se pensa em uma bioética. Vemos nessa sociedade distópica uma evolução desvairada da transmutação e dos meios de controle do homem sobre a natureza, e isso traz grandes consequências para a história. E mesmo com tanta evolução, ainda estão presentes também os problemas sociais que já conhecemos bem: desigualdade social e de privilégios, corrupção, exploração, etc.
LEIA TAMBÉM: Resenha: O Conto da Aia (Margareth Atwood)
Desde a infância, o Homem das Neves (antes conhecido como Jimmy) tem uma vida um tanto peculiar. Criado em uma espécie de sociedade fechada, ele teve uma relação conturbada com os pais cientistas, que também enfrentavam vários problemas entre si. Logo de início, a leitura me fez refletir muito sobre relações de parentesco. A forma como a autora retrata Jimmy e sua mãe traduz sentimentos que eu nunca havia conseguido visualizar claramente nas relações entre mãe e filho. Mais a frente o livro também retrata a relação de Jimmy com o pai, que é igualmente repleta de elementos interessantes.
"O objetivo do projeto porcão era cultivar uma variedade de tecidos de órgãos humanos, inteiramente seguros, em um incrível porco transgênico hospedeiro - órgãos que poderiam ser facilmente transplantados, sem rejeição, mas que também fossem capazes de resistir a ataques de micróbios e vírus oportunistas, que cresciam de número a cada ano." p. 31
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Desde a infância, o Homem das Neves (antes conhecido como Jimmy) tem uma vida um tanto peculiar. Criado em uma espécie de sociedade fechada, ele teve uma relação conturbada com os pais cientistas, que também enfrentavam vários problemas entre si. Logo de início, a leitura me fez refletir muito sobre relações de parentesco. A forma como a autora retrata Jimmy e sua mãe traduz sentimentos que eu nunca havia conseguido visualizar claramente nas relações entre mãe e filho. Mais a frente o livro também retrata a relação de Jimmy com o pai, que é igualmente repleta de elementos interessantes.
"Quando ele foi ficando mais velho e mais ardiloso, descobriu que, nos dias em que não conseguia arrancar alguma aprovação, podia pelo menos provocar uma reação". p. 39
Mas, para a mim, a mais interessante relação é a de Jimmy e Crake. Crake me parece bem peculiar, e sadisticamente assustador. Mostrando como Jimmy e seu amigo costumam passar o tempo, sinto que a autora faz uma crítica à indústria do entretenimento, que cada vez mais se aproxima do que antes só era possível encontrar na deep web. E aí bate aquele sentimento: onde vamos parar?!
"Ele não sabe o que é pior, um passado que não pode recuperar ou um presente que irá destruí-lo se ele o olhar com bastante clareza." p. 141
Temos ainda na história a relação entre Jimmy e Oryx, uma personagem curiosa e que permeia todo o livro, mas de forma sutil. Achei ela bastante interessante, apesar de acreditar que não foi propriamente abordada. Sem mais detalhes, posso dizer que sua trajetória é bem tensa e gostei muito de como a sua voz continua perturbando os pensamentos do Homem das Neves.
A Margaret Atwood manteve nessa obra o seu estilo de escrita, traçando uma ficção especulativa perturbadora que nos faz ficar dias refletindo sobre o que lemos. Achei apenas que, próximo ao final do livro, a história foi acelerada demais, nos deixando carentes de detalhes. Torço para que os próximos livros da trilogia supram essa defasagem!
Recomendo muito a leitura deste livro, seja você um fã de distopias ou não. Garanto que a história vai te surpreender. Já estou louca pra começar "O ano do dilúvio". Podem ficar tranquilos que vai rolar resenha dessa continuação, e a trilogia inclusive já teve os direitos comprados para uma adaptação na TV. Estou curiosa para ver onde tudo isso vai chegar!
ISBN: 978-85-325-3113-1
Editora: Rocco
Nota: 4,5\5
Uau, parece muito bom mesmo, sempre acho essas questões levantadas pertinentes, sobretudo ética científica e sobre mídia.
ResponderExcluirFiquei morrendo de vontade de ler e assistir a adaptação que ainda não foi feita, hehe :)
Se você gosta desses temas vai adorar o livro <3
ExcluirAs distopias são um dos meus géneros favoritos de ficção, e embora nunca tenha lido nada dessa escritora reconheço que achei esse resumo bastante fascinante, vai para a minha lista de autores a descobrir. Obrigado!
ResponderExcluirMargaret Atwood é uma autora incrível pra quem curte distopias! Vejo que cada vez mais ela está entrando no hall de autores como Ray Bradburry e George Orwell. Vale a pena ler alguma de suas obras!
Excluirdepois do conto da aia fiquei super curiosa pra ler tudo da autora, adorei conhecer mais desse livro por essa resenha
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
www.facebook.com/blogtofucolorido
Também fiquei assim após ter lido O conto da aia, hehe Tenho como meta ler todas as obras dela!
ExcluirVez ou outra eu acabo vendo alguma divulgação desse livro, mas ainda não tinha me atentado que era da mesma autora de O conto da Aia, apesar de ainda não ter lido o mesmo. Pela sua resenha deu para perceber que é um livro que vale a pena dar uma chance.
ResponderExcluirBlog Profano Feminino
Vale super a pena mesmo! Tanto ele quanto O conto da aia <3
ExcluirMinha relação com distopias é de amor e ódio Haha. Muitas tratam sobre a "perfeição" que pretendemos atingir e esses mundos me irritam de certa forma, mas eu amo as histórias, pois sempre aprendemos algo novo. Não sei se deu para ficar claro. cD
ResponderExcluirSobre o Conto da Aia, não sabia que tinha livro! Pensei que era apenas série. Fiquei surpresa ao saber. Já quero ler. ��
Na verdade há uma diferença entre distopias e utopias. As histórias que tratam de uma sociedade "perfeita" são utópicas, e buscam ideais inalcançáveis. Já as distopias trazem uma realidade futurística onde certas coisas já existentes em nosso mundo se exacerbaram, deixando a realidade um pouco distorcida. É isso que Oryx e Crake e O conto da aia trazem!
ExcluirEu vejo indicações de boa distopia e já sinto o arrepio na espinha! Acho absolutamente genial como autores conseguem colocar milhões de aspectos da nossa realidade em ficções que parecem tão forçadas, mas na verdade estão bem aqui, diante dos nossos olhos. A gente lê pensando "Ainda bem que o mundo não é assim" quando, na verdade, é sim!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse livro, mas o fato de ser uma obra da Margaret Atwood já sobe vários pontos no conceito prévio, ela é maravilhosa!
Nossa, eu também viajo muito nessa sensação! A Margaret é maravilhosa mesmo, se você já curte as obras dela com certeza vai amar essa história!
ExcluirComo sempre, uma resenha melhor que a outra! Não conhecia ainda o livro, só sabia da história de O Conto de Aia! Oryx e Crake parece ser muito interessnte, e gosto de histórias bem escritas e que trabalham bem seus personagens! Amei 💛
ResponderExcluirMuito obrigada pelo carinho de sempre <3
ExcluirAhhh adorei muito a capa do livro, muito fofa e linda, adorei a resenha também, mas confesso que não conhecia o livro, já quero!!
ResponderExcluirBeijos - Giovanna Otuka
www.giovannaotuka.blogspot.com
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirQue resenha ótima, confesso que nunca li nada da Margaret Atwood apesar da imensa vontade de ler "O Conto da Aia". Essa outra narrativa dela também me chamou bastante atenção, mas não sei se encararia mais uma trilogia para a minha estante, pois já estou numa luta absurda para completar as muitas séries e trilogias que já tenho aqui. Porém irei colocar esse querido na minha lista de "Quero Ler" do skoob!!
Beijos da Lua!
Cantinho da Lua
Olha, eu também tenho fugido das séries e trilogias, mas como esse era da Margaret Atwood eu não pude deixar de adquirir! e felizmente não me arrependi <3
ExcluirAdoro ficção científica ❤. Interessante como cada vez nos aproximamos dessas realidades distópicas dos livros e filmes.
ResponderExcluirPelo que li nessa resenha o livro é muitíssimo interessante! Confesso que me pareceu complexo, não conhecia a autora.
ResponderExcluirO livro realmente possui certa complexidade, mas nada que torne a leitura difícil.
Excluiroi!
ResponderExcluirEu adorei o livro :D não conhecia o trabalho da Margaret Atwood, gostei da temática da historia é bem interessante...
Você precisa conhecer então! Ela é maravilhosa <3
ExcluirNossa presente maravilhoso para meu marido kkk, obrigada pela indicação
ResponderExcluirhahaha, ele vai adorar! Livros são os melhores presentes <3
ExcluirQue capa mais fofa! Ja fiquei curiosa por esse livro
ResponderExcluirJa achei esse livro bem interessante
ResponderExcluirGosto de temáticas assim que fazem pensar em questões que não são abordadas com frequência
ResponderExcluirGostei, muito legal!
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Fiquei curiosa com o livro por causa da tua resenha, e apesar de não curtir distopias, você me convenceu a da-lo uma chance. Obrigada pela dica!
ResponderExcluirConfesso que não sou de ler o gênero, mas amei a sua resenha, super detalhada e explicada 👏🏻 sem falar que capa linda esse livro tem, ia amar tirar várias fotos dele rsrs
ResponderExcluirSinceramente, eu acho que nunca li um livro distópico. Mas eu achei tudo incrível! Será que posso começar por esse livro? Ou você me indicaria outro?
ResponderExcluirSinta-se a vontade para começar por este! Muita gente prefere começar pelas distopias clássicas (Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451 e 1984), já que elas inspiraram muito os livros mais recentes do gênero, mas pra ler não há regra. Se você curtiu a proposta do livro, vai fundo! <3
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