Nestes últimos dias, um dos assuntos que tem sido mais abordado são as manifestações que vem ocorrido em várias cidades brasileiras. De um lado, fala-se do caráter de vandalismo que alguns manifestantes tem assumido, o que chama a atenção para um desvio do real objetivo da luta. De outro lado, posiciona-se a policia, que tem assumido resoluções muitas vezes precipitadas e violentas.
Mas o que realmente me chama atenção é que o governo brasileiro tem afirmado que apoia o direito à liberdade dos cidadãos, mas que a culpa de tantos conflitos é proveniente deles mesmos, uma vez que fazem mal uso desta liberdade. Sim, isso é uma verdade, pois o fato de na sociedade atual podermos lutar por nossas causas, pessoais ou grupais, nos dá uma sensação de maior poder. Entretanto, é importante entender que quando agimos de má forma, com uso de violência e vandalismo, estamos indo contra os próprios ideais de respeito que são exigidos.
Outra questão intrigante é que enquanto os manifestantes lutam por uma causa — no caso em especial o aumento de tarifas de passagem — os indivíduos que são eleitos por nós, que deveriam ser os reais preocupados com o bem estar e a harmonia da população, dão apenas coletivas de impressa e opções de reforço na segurança pública. Por que é óbvio o pensamento de que as pessoas que seguem o caminho da politica deveriam ser as primeiras a ir contra ou a favor de decisões que se refletem na população. Por que essa deveria ser a preocupação das autoridades. Mas enquanto vemos o povo em meio a luta, estes apenas acompanham as imagens, indignados, e procuram soluções rápidas que acabem com o ''problema''.
Além disso, ainda existe o fato de que muitos manifestantes acabam sendo prejudicados apesar de terem utilizados vias pacíficas, sem a intenção de depredar ou violentar a cidade.
Mas a questão é: qual o caminho que nós, integrantes da sociedade, devemos seguir para que sejamos ouvidos? Ver que manifestos como este muitas vezes não levam a nada, nos deixa desencorajados. Mas o que fazer? Se somos uma maioria, por que não merecemos ser levados em conta? O que realmente nos faria livres, seria a distribuição igualitária de privilégios. Somente assim, poderíamos sentir um pouco de orgulho de pertencermos a este país.
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